terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Adeus e obrigado por tudo, Ronaldo!

De Bento Ribeiro, bairro localizado no subúrbio do Rio de janeiro, surgia um novo ídolo do futebol. Um garoto magro, dentuço e bom de bola que jogava usando os chinelos como as traves das peladas de rua e das dificuldades da vida um estímulo para se tornar jogador profissional. Foram nessas peladas de rua sem pretensão alguma que o moleque franzino começava a escrever sua história no mundo do futebol.

Se tornar um craque, um ídolo do Flamengo como Zico, ajudar a família... Esses eram sonhos de qualquer criança que vive uma dura realidade do subúrbio carioca. Filho caçula de Seu Nélio, que era camelô e de Dona Sônia, sorveteira, com o garoto não foi diferente. Com uma infância pobre enxergou no futebol uma oportunidade de mudar de vida.

Não demorou muito e o garoto já era conhecido entre os peladeiros dos campinhos de terra batida da região onde morava. “Dadado” como era conhecido já se mostrava desde cedo ser diferente dos demais por sua habilidade com a bola nos pés e a velocidade nas arrancadas.

Já entrando na adolescência decidiu fazer um teste e, quem sabe, jogar pelo seu time do coração, o Flamengo. Pegou dois ônibus para chegar ao clube, participou de uma “peneira” com cerca de 400 garotos e passou. Por falta de dinheiro, não teve condições de pagar a passagem de trem para ir aos treinos. Como o clube rubro-negro não ajudou, restou ao menino tentar a sorte no São Cristovão.

Com apenas 16 anos, eis que surge a oportunidade de jogar em um clube grande. Não era o Flamengo, mas sim o Cruzeiro de Minas Gerais. O primeiro passo para concretizar o sonho de um menino pobre em se tornar uma estrela do futebol já tinha sido dado.

Era apenas uma questão de tempo o jovem balançar as redes mundo afora. Resultado, iniciou uma carreira de glórias, conquistou títulos e um histórico de superações no período em que atuou por diversos clubes europeus.

No auge da carreira, pôde bater no peito e falar alto em bom som: “Tenho três títulos de melhor do mundo, conquistei duas Copas do Mundo em meu currículo e sou o maior artilheiro de todas elas. Preciso provar mais o quê?”. E nem por isso, o fez. Até mesmo quando foi questionado sobre sua condição física depois de seguidas contusões e desconfianças quanto ao retorno aos gramados, mesmo assim ele não o fez.

Essa atitude simples é mais um sinal do quanto é diferenciado. Isso mostra o que ele representa para milhões de brasileiros. Humildade, dor, suor, lágrimas, superação e a arte que ele conhece como ninguém: dar a volta por cima. Sim, ele nos representa. E porque não? É mais um brasileiro que lutou por seus sonhos, superou obstáculos e fez o que muitos achavam impossível fazer: voltar a ser o melhor do mundo quando todos diziam ao contrário em 2002.

Seu nome? Ronaldo Luís Nazário de Lima, o “Fenômeno”. Só resta agradecermos por você ser brasileiro e, acima de tudo, um vencedor. Obrigado Ronaldo, por fazer milhões de pessoas chorarem não de tristeza, mas sim de alegria!

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